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Foto do escritorAndre Ribeiro

03/ os primeiros passos — (4)



A maneira como repousamos a nossa mão direita sobre o Qin já nos informa a qualidade da sonoridade do toque. Uma mão espalmada, excessivamente aberta, produzirá sons sem profundidade, ao passo que arqueada de modo a formar uma pequena montanha, contendo um espaço vazio interno, uma gruta embaixo da palma, tal produzirá sons cheios e profundos. Na prática do Qin é preciso construir as mãos a cada vez até o nosso corpo conectar-se ao instrumento de modo orgânico, sem rupturas ou quebras de qualidade sonora. Nesse sentido é preciso considerar que o som inicia em nossa disposição mental seguido da abertura das mãos sobre o Qin. A abertura das mãos sob o Qin significa construir a relação sonora antes de manifestá-la. O posicionamento, a intenção gestual, implica na produção sonora. É preciso estar firme e relaxado (corpo), a mente solta e concentrada. Para isso a boa prática constrói o seu próprio tempo, sem pressa ou ansiedade.

E quando tocamos com a mão direita nossos dedos repousam nas cordas levemente como dois pezinhos de pássaro — sem peso, só o contato com as cordas como se os dedos sustentassem filetes sonoros extraídos das cordas, ligados aos dedos, fechando o circuito entre os braços e coração. Assim, tanto a disposição mental como a calma no coração favorecem uma prática tranquila e serena. Os sons perfazem uma atmosfera rica em detalhes e de escuta profunda, prenhe de significados.


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